terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Agora é tarde


Agora é tarde
Às vezes o silêncio pesa,
O escuro assusta,
A distância sufoca,
O nevoeiro arrepia,
A chuva cansa
E a saudade angustia.
O que tenho para te dizer
As palavras não saem
Seca-me a garganta.
Não consigo.
Tremo por ter de te enfrentar.
Como se fosse uma última batalha.
Arrepio-me na nossa troca de olhares.
Os teus olhos sempre me fascinaram
Ao mesmo tempo que sinto
Os teus lábios na minha face,
A tua mão no meu ombro
Sinto um trovejar dentro do peito.
Arrepios percorrem-me o corpo.
Batimentos galopantes
Pressionam-me os pulmões.
Ainda estendo o braço,
Na ânsia de te tocar.
Mas reteso-me numa fria dor
Que me endurece a espinha.
Ainda assisto ao meu embate
Com o soalho poeirento.
Flutuo agora num mar vermelho.
Ainda levanto a minha mão
Na busca da tua.
Ainda acredito que estás ai.
Estás?
Agora já é tarde.
À muito que devia
Ter chamado por ti
Falado contigo
Agora é tarde demais.

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"Se queres a Paz, prepara-te para a Guerra!", http://AntonioMaria.hi5.com