terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Única


Única
Monótono, igual
Vendedor ambulante
Bengala de metal
Barulho constante
Estante medieval
E mesmo assim continua igual
Desfocas a imagem e pensas
Três vezes o disseste
Outras tantas o pensaste
Quiseste percebê-lo
Mas não o conseguiste
Perdeste-te novamente
Escreveste umas capicuas,
Essas que, tal como tu,
O definem sem o ser
Viste o teu estragado futuro
Por causa de um passado duro
Olhaste para a tua companheira
Ela que, em vez de envelhecer
A teu lado,
Envelheceu por causa de ti
Sabias que o fim se aproximava
Ela sentia o cheiro da traição
Mesmo antes de tu pensares nisso
Esta tornou-se a única noite em que
Choraste.
Deixaste de temer a morte,
Dando o primeiro passo para a desejar
O lugar onde tu querias estar
Ninguém sabia que existia.
Desapareceste, aprisionado em ti
Desapareceste achando-te dono da verdade
Esquecido estavas que ela
Era a única coisa que possuías.

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