terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Olhaste


Olhaste
Pelas poças de água
Do sonho, tiras medo
Vais sem medo?
Esperança? Nem por isso a achas.
Pelas poças de águas frias
Na tua cama te refugias
Passas sem medo
Nos lençóis te enrolas
Por baixo da trovoada
Vontade nem por isso
Passas sem piscar os olhos
À cabeceira dois relógios
Pela rua vais tonta
Num confias, no outro nem por isso
Ao relâmpago dizes boa tarde
Para o telefone olhas esperando
Ao trovão pedes coragem
Esquecida estás que ele não toca
Aos pardais dás descanso
No teu mundo ficaste
À besta pedes que seja mansa
Sem ninguém por perto
Pela rua vais sem medo
No teu aperto te esqueceste
Que o relógio continua a trabalhar
No teu quarto morreste
No fundo do poço algo viste
Sem nunca pela janela olhar
E por isso ficaste triste
Para ti olhaste
Mas não choraste.

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