terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Às Vezes


Às Vezes
Às vezes tenho medo do Sol
Medo que ele saia detrás da nuvem negra
Não que ele me ofenda os olhos
Não que a sua luz faça contrair as minhas pupilas
Mas às vezes o cinzento pela manhã sabe bem
As pessoas falam menos
Até a chuva as faz ficar em casa
Não que não goste do dourado
Que no Verão, deixas na minha pele
Mas só que às vezes
Um pouco de chuva na cara também é bom
Um frio de rachar para sentir os ossos
Diz-me que estou vivo
Não me leves a mal Sol
Mas, às vezes, só me apetece ficar em casa
À janela, à lareira a ler
A ouvir a chuva cair
A ver as janelas tremerem
Com a rajada que passou
Não ouvir os pássaros cantar entristece
Mas sei que quando tu voltares
Eles terão novas melodias
É só por isso Sol
Às vezes só não te quero ver
Pensar que não me conhecem nem conheço
E colocar-me no lugar das pessoas que só vejo passar
Pessoas sem nome
Rostos esquecidos em dez segundos
Não me alegra, mas gosto de ver
A tristeza que a tua ausência cria nas pessoas sem nome
Mas também invejo os sorrisos que fazes aparecer quando voltas
É só isso
Às vezes.

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