terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Gota


Gota
Como eu gostava de ser
Um pingo
Uma gota de água na imensa chuva
Uma gota que caísse no teu leito seco
Mas tenho medo de ser totalmente bebido
Pela secura que te atormenta
Por ti enfrentava o mar, trovões e tornados
Mas é de ti que eu tenho medo
Tenho medo que uma trovoada caía a montante
E me leve
Tenho medo de ser levado pelas águas barrentas
Que te sujam os olhos
E tornar insignificante o relevo que criei
Que criei ao cair na areia quente do teu leito
E é por apenas ter medo de te enfrentar
De enfrentar o dilúvio que por ti podia passar
Que prefiro andar nas nuvens, ao sabor do vento
E talvez, por vezes ser uma daquelas gotas
Que na tua cara ficam, aquelas meio salgadas
Que dos teus olhos correm fazendo arder os teus lábios
Aquelas que correm, pois as fortes correntes
Que um dia te alegraram desapareceram
Levando com elas muita da areia quente, do teu leito.

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