quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Cinzas


Cinzas
Agora que me deixaste
Agora que lá chegaste
Que fiquei sem ti
Sem o teu encosto, o teu cheiro
Morreste, partiste.
Quiseste que o teu corpo ardesse
Dizias que querias experimentar
Um pouco do calor do teu inferno
Antes de nele entrares
Choro, estou triste
Não consigo deixar de pensar em ti
Volta...
A sério, volta...
O que faço agora com os teus restos
Perdoa-me, mas não os posso guardar
Vou partilhar-te com alguém
Com o rio...
O mesmo que te levou
Vou libertar-te uma vez mais
Vou soltá-las
Deixar que elas corram na corrente fantasma
Que elas sintam as cócegas feitas pelas ondas de vento
Que elas rocem as margens quentes
Que tenham a viagem da vida delas nas cascatas
Já cansadas, coitadas, navegam lentamente
Parte delas enriquece as terras, parte delas nada em frente
Depois da foz e estuário, depois de enganarem as redes, chegam ao mar
Aí dispersam, deixam de se conhecer
E deixam de ser lembradas!
Mas eu não te esqueço,
Eu agora vou contigo,
Eu agora vou ser o mar!

6 comentários:

  1. Desconhecia esta tua veia poética! mas gostei muito. continua. Muitas bjks da mana.

    ResponderEliminar
  2. Continua assim maninho!
    Ainda não li todas, mas gostei muito do que li. Milhões de bjks.

    ResponderEliminar
  3. tenho-te a dizer que me deixei ir pelas tuas linhas... e que gostei! gostei demasiado!

    ResponderEliminar
  4. Não há + entradas...já li tudo...quero continuar a ler o teu livro :)

    ResponderEliminar
  5. Não há mais entradas...queria continuar a ler o teu livro :)

    ResponderEliminar
  6. Adorei e chorei! aqui vai um carinho e um abraço de alma.
    neza

    ResponderEliminar

Acerca de mim

A minha foto
"Se queres a Paz, prepara-te para a Guerra!", http://AntonioMaria.hi5.com